domingo, 6 de dezembro de 2015

Saltos de fé e a vida como ela é

Votei este blog ao abandono. Não houve um único dia em que não pensasse neste meu canto e no quanto queria voltar a escrever e a partilhar por aqui. Mas foram uns dias difíceis, devo confessar. 

Andei cerca de duas semanas meio perdida no meu mundo, onde me recolhi por uns tempos a lamber feridas. Feridas essas que nem sei bem o que eram, apenas a necessidade enorme de me sentar e perceber as voltas que a minha vida deu nos últimos tempos e foram tantas. 
Acho que não (re)conhecia a minha capacidade de adaptação às situações. A verdade é que por muito que o novo emprego tenha sido desejado e a mudança tenha sido feita com consciência e vontade, não foi uma fase fácil, eu já me tinha esquecido o quanto custa e o quanto eu detesto mudar. 
As saudades do meu velho canto, o medo do desconhecido, o estar num ambiente mais formal, quieto, lembrar-me de mil procedimentos, tentar não dar barraca (ups, claro que aconteceu, mas nada de grave), a falta dos meus amigos de trabalho, de estar mais perto de casa, a estranheza de estar num local tão cheio de gente em Lisboa, a poluição, o trânsito, e ainda todo um cansaço acumulado do meu anterior emprego (que eu adorava, mas ainda assim, me sugava as energias), começaram a deixar-me absolutamente sem energia para nada, andei deprimida e saturada e não sabia muito bem o que e como sentir. 
Agora sinto que tudo acalmou um pouco, que posso respirar, que há coisas que se começam a automatizar e finalmente começo a descomplicar e a aligeirar as coisas. 

Mas claro, descansar não é bem para mim. No meio desta fase de adaptação vou preparando o Natal, vou mudando a casa para que haja espaço para tudo de todos, já passei serões a montar móveis, a cozinhar, a limpar a casa, porque nada pode parar, e, por fim... decidi juntar-me a um projecto que me faz sair completamente da minha zona de conforto. O meu cérebro anda a mil mas estou satisfeita de andar dedicada a tudo isto. Agora, porque há uns dias atrás andava meio louca a pensar porque me meto em tanta coisa ao mesmo tempo e afinal o que quero eu da vida? 

Bem, aparentemente quero tudo, ou pelo menos quero arriscar um pouco antes de desistir. E percebi que por muito que o meu corpo e mente ainda estejam exaustos, eu preciso de aproveitar as oportunidades que surgem. Quanto ao novo projecto, estou com medo, porque pela primeira vez sinto que não posso desistir, não depende apenas de mim nem é um dos meus projectos-passatempo, é um compromisso sério com outras pessoas. E é tão assustador como entusiasmante. A seu devido tempo vou dar novidades e explicar tudo, mas por enquanto, ainda há muito trabalho de bastidores a ser feito e eu ainda ando a tentar atinar com a minha rotina para que consiga encaixar tudo o que preciso de fazer.

Não prometo regressos em grande porque o meu blog segue um pouco os meus caprichos e disposição do momento. Para já posso dizer-vos que me sinto a conquistar uma dura batalha contra mim mesma e contra as minhas inseguranças e receios. Estou a encarar a vida de frente a assumir que consigo. Um passo de cada vez.

Hoje escrevo-vos com este céu de Outono maravilhoso a entrar-me pela casa enquanto estou encolhida na minha manta para afugentar o frio. Preparo-me para um fim-de-tarde a trabalhar e a criar e tento fazê-lo com a maior paz possível. Vou aparecendo sempre que puder mas fica já aqui um desejo sincero que este mês de Dezembro seja quente e luminoso. Até já!

2 comentários:

Agridoce disse...

Daqui a uns tempos vais olhar para trás e vais gostar de ler estas palavras :)

A adaptação a um trabalho novo é sempre difícil, sobretudo quando gostamos dos nossos ritmos e das nossas rotinas. Mas é uma questão de tempo até teres novas rotinas!

Muito boa sorte com o novo projecto! Vai correr bem :)

Lazy Cat disse...

As mudanças trazem coisas boas, mas há sempre uns tropeções, especialmente no início. Fico contente em saber que já passaste essa primeira fase =)

Força aí!