terça-feira, 30 de outubro de 2012

Trilhos


Dias que começam de maneira difícil tornam tudo o resto mais díficil. É complicado arranjar vontade para fazer os pequenos trabalhinhos do dia-a-dia, é dificil estar plenamente concentrada quando vem aí um feriado e possibilidades de voltar a dedicar-me às pequenas coisas que gosto. Não me apetece a rotina, não me apetece tapar buracos, não me apetece cumprir horários, não me apetece ter prazos nem obrigatoriedade de fazer trabalhos que não me entusiasmam.
Se antes o design gráfico fartava-me, agora ando bem mais aborrecida. Não que não goste de design. Deu-me ferramentas, abriu-me os horizontes, mostrou-me mundos. É engraçado que quando olho para trás, acabadinha de sair da faculdade, comecei a explorar os primeiros sites de design, o deviantart, o flickr, e com uma web cada vez mais democratizada, com os blogs, tudo se tornou mais acessível, é cada vez mais fácil encontrar vertentes que me interessem, que me apeteçam, que me inspirem. O difícil é fazer com que isso faça parte do meu dia-a-dia. Cada vez menos faço trabalhos inspirados, verdadeiramente estruturados e pensados. E trabalhar uma marca apenas é tão limitativo e castrador!
Mas não me arrependo de nenhum passo no caminho, das experiências que tive, e desta onde estou neste momento. Elas trouxeram-me aqui, a um sítio onde percebo melhor o que quero, por onde quero ir, o que quero explorar, como quero explorar. Cada passo não foi por acaso e acredito piamente que estou aqui, neste ponto, ainda que um pouco indeciso, porque é suposto aqui estar. Cheguei aquele local em que reuni alguns conhecimentos, em que amarrei a confiança ao dedo como um lembrete constante, e em que, aos poucos, pequenos projectos se desenham (quase por si sós), e se desenvolvem na minha cabeça. 
Falta-me tempo. Falta-me organização para lidar com a falta de tempo. Falta-me dar mais um empurrão à determinação. Mas sinto que tenho comigo tudo o que preciso para trilhar aquele caminho, o da minha vida. Posso trilhar na mesma o caminho que é suposto, o caminho obrigatório da sociedade, das responsabilidades. Mas o da minha vida, do que eu gosto, do que eu quero, esse está a começar. E é maravilhoso. E está aqui, também, neste blog.

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